segunda-feira, 11 de novembro de 2013

PT, mais do mesmo

     Ficamos sabendo que os "bandoleiros" (*) José Dirceu, José Genoíno, João Paulo Cunha e Delúbio Soares não farão parte da nova 'executiva' do PT. Teriam aberto mão da presença formal e ostensiva nos destinos do partido, que elegeu novos dirigentes e referendou velhos projetos, ontem.
     Que ninguém imagine que a companheirada está se reciclando, expurgando de seus quadros criminosos condenados e prestes a ir para a cadeia. Na disso. É puro jogo de cena, para não atrapalhar o projeto mais imediato, que é o de reconduzir Dilma Rousseff à presidência da República.
     Os quatro citados acima continuam mandando e desmandando no partido, especialmente o ex-ministro de Lula, José Dirceu, apontado como o chefe da quadrilha que assaltou os cofres públicos no episódio que ficou conhecido como Mensalão. Isso ficou bem claro nas entrevistas de vários próceres partidários, estampadas nos nossos jornais e revistas.
     Dirceu, principalmente, como vem ficando evidenciado, ainda dá o tom do PT. Sempre é citado de maneira reverencial, com o cuidado - temor, seria a palavra mais apropriada - que sua história inspira. "Ele não precisa estra em cargos", apressaram-se a destacar companheiros de várias correntes, reforçando sua importância nos destinos partidários.
     Afinal, o homem está por lá desde sempre. Conviveu com o ex-presidente Lula, de quem foi um dos primeiros mentores. Sabe de tudo o que se passava nos bastidores, dos acordos, conchavos, ajustes. No episódio do Mensalão, foi flagrado acertando pagamentos a partidos, segundo noticiário da época do julgamento, jamais desmentido.
     Delúbio Soares, o ex-tesoureiro que tentou assumiu toda a culpa da roubalheira, sob a alegação de que se tratava, "apenas", de um vulgar caixa 2, colhe os frutos da fidelidade: sua mulher vem sendo aquinhoada com empregos de primeiríssimo escalão. Genoíno arranca suspiros inaceitáveis até mesmo na nossa mais alta Corte, o STF. O menos prestigiado para ser João Paulo Cunha, aquele cuja mulher foi flagrada retirando R$ 50 mil de propina na boca do caixa do Banco Rural.
     Consolidando todo esse processo deletério, o PT ratificou sua determinação de lutar pelo que chama de "controle social da mídia", um eufemismo vagabundo para censura e perseguição aos que não fazem parte da claque.
     É com esse perfil que o PT se prepara para mais quatro anos à frente do País.

     (*) Segundo o relator do processo do Mensalão, ministro Joaquim Barbosa, acompanhado pela maioria da Corte.

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