quinta-feira, 31 de outubro de 2013

A máfia e os amigos do rei

     A presença do deputado federal Devanir Ribeiro, do PT paulista, na relação de beneficiários da distribuição de dinheiro feita pelo 'empresário' Olívio Scamatti, acusado pela Polícia Federal de ser o chefão da Máfia do Asfalto, desbaratada em São Paulo, não me surpreende. Ao contrário. Apenas reforça a impressão que ficara desde que esse mesmo personagem, quando ainda era vereador, foi apontado como o recebedor de dólares destinados à campanha do então candidato Luís Inácio Lula da Silva, em 2002.
     Devanir é companheiro e compadres desde os tempos do Sindicato dos Metalúrgicos e seu nome é citado em conversas telefônicas que sofreram escuta autorizada pela Justiça, como destinatário do dinheiro arrecadado pela máfia do transporte.
     A acusação anterior foi feita pelo doleiro Antônio Oliveira Claramunt, conhecido como 'Toninho da Barcelona'. Segundo o contraventor, o PT tinha uma conta secreta no exterior, manipulada por um parceiro do Banco real, não por acaso envolvido - assim como Devanir, Lula e o PT - no esquema de assalto aos cofres públicos que ficou conhecido como Mensalão. Os dólares eram transformados em reais e - segundo o criminoso - entregues no gabinete de Devanir, na Câmara.
     Por algum motivo, a investigação não teve desdobramentos e Devanir acabou se livrando de maiores problemas. Tanto que se elegeu deputado federal. A atual pilantragem ainda está na fase de apuração. O nome do compadre de Lula, segundo nos conta o Estadão, aparece em uma planilha de gastos com suborno e/ou financiamento de campanhas, tendo ao lado a anotação referente a uma 'doação' de algo em torno de R$ 100 mil, quantia até certo ponto módica, se comparada aos US$ 50 a US$ 100 mil que passariam regularmente pelas mãos de deputado do PT no ano da primeira eleição de Lula, de acordo com o denunciante.

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