quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Crimes sem castigo

     Em nove de cada dez escândalos nacionais, nos últimos quase 11 anos, a Polícia encontra, inexoravelmente, pelo menos uma digital petista. No décimo, surge quase sempre a mão toda. Tem sido assim. O mais recente episódio de pilantragem, registrado em São Paulo (desvio de dinheiro público da Prefeitura), é um exemplo dessa rotina de descalabros.
     Ficamos sabendo, por Veja e outros veículos de comunicação, que um dos servidores investigados é um auditor da Prefeitura e, por acaso, sócio da mulher do secretário municipal de Transporte, o deputado federal Jilmar Tatto, do PT, em um estacionamento, e namorado de uma das suas irmãs. Outros dois sócios da mulher do líder petista, também por acaso, são muito ligados ao partido. Tanto que fizeram doações a alguns candidatos, entre eles os irmãos Tatto, o já nomeado Jilmar e Arselino.
     Infelizmente, sabemos, essa volúpia pelo dinheiro público não é exclusiva do PT, ao contrário. Representantes de diversos partidos são apanhados rotineiramente com as duas mãos enfiadas nos cofres públicos. No caso petista, entretanto, essa compulsão pelo afano tem sido levada a extremos, como se não houvesse um amanhã. Roubou-se muito nesses quase 11 anos.
     Do Mensalão - o pai de todos os assaltos - às obras superfaturadas executadas pela Construtora Delta (alguém ainda lembra desse escândalo?), com incursões ligeiras - mas sempre rentáveis - por ministérios e governos estaduais e municipais amigos. Vivemos, sem dúvida, a época mais lastimável da nossa história, agravada pela impunidade.
     Também hoje - mais um exemplo que reforça essa constatação - ficamos sabendo que o Tribunal de Contas da União recomenda a paralisação de sete grande obras, quatro delas integrantes do tal PAC. Ficou evidente o risco de enormes prejuízos, provocados por superfaturamento, desvios etc.
     Quantos personagens que estiveram no topo das denúncias foram, de fato, presos? Estão todos - ou quase - por aí, livres e leves e soltos, envergonhando a Nação.

Nenhum comentário:

Postar um comentário