domingo, 8 de dezembro de 2013

Um silêncio retumbante


     Alguns silêncios são mais retumbantes do que os sons de uma bateria de escola de samba do primeiro grupo do Rio de Janeiro. Até agora - salvo engano absurdo -, não li qualquer manifestação mais eloquente em relação às seriíssimas acusações feitas ao ex-presidente Lula e a outros próceres petistas pelo delegado Romeu Tuma Jr., ex-secretário de Justiça dessa lastimável era que está prestes a completar onze anos.
     De Lula, o que de menos grave surge na entrevista de Tuma à revista Veja - que antecipa o conteúdo de seu livro sobre as misérias dessa época de trevas - é que foi informante do antigo Dops, órgão de repressão do período militar, quando ainda engatinhava na vida sindical. Nada a estranhar. O passado 'político' do ex-presidente sempre esteve envolvido em sombras colocadas propositalmente.
     Em determinados meios, como o automobilístico, por exemplo, corriam vários comentários sobre suas - dele, Lula - libações alcoólicas nas reuniões com os patrões das montadoras. De Lula, dizia-se que era um leão nos palanques, para consumo externo, e um gatinho nas salas refrigeradas das reuniões regadas a uísque escocês.
    A revelação de Tuma, um pote transbordante de mágoas com seus ex-chefes, de que o ex-presidente fazia parte do grupo de informantes de seu pai, Romeu Tuma, apenas sinaliza para uma direção que não chega a surpreender. O próprio Lula já admitiu que tinha muita admiração pelo ex-presidente Ernesto Geisel, um dos cinco oficiais que comandaram o Brasil a partir da principal cadeira do palácio do Planalto.
     Também não chega a ser novidade, pelo menos como notícia, a existência de contas secretas em paraísos fiscais, alimentadas por propinas pagas por empreiteiras ao PT. Assim como são fartas as notícias de envolvimento de petistas na morte do ex-prefeito petista Celso Daniel, entre eles o atual ministro Gilberto Carvalho, apontado como a 'mula' que transportava, no seu Fusca, o dinheiro que era extorquido de empresas de ônibus do interior paulista para ser entregue ao ex-ministro e atual prisioneiro Jose Dirceu. Os irmãos de Celso Daniel afirmaram isso, em depoimentos oficiais.
     Como não há surpresas na acusação de que ministros de Lula, incluindo a atual presidente Dilma Rousseff, empenhavam-se na fabricação de dossiês falsos sobre adversários políticos. O episódio dos 'aloprados' está aí, para quem quiser avaliar.
     Romeu Tuma Jr. apenas dá contornos a histórias que circulam livremente.

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