segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Retratos de uma época

     As fotos do contraventor Carlinhos Cachoeira e de sua mulher passando férias em um resort na Bahia me incomodaram muito, sim, pela simbologia, pela sensação de que o crime compensa. Mas nem tanto quanto a 'lua de mel' que vem sendo vivida nesse país há dez anos, fruto do casamento de políticos inescrupulosos de vários matizes, organizados em uma aliança destinada a ocupar o poder a qualquer preço, desde que o dinheiro venha dos cofres públicos.
     O flagrante de Cachoeira à beira-mar não é menos indigno do que o bem-sucedido abraço apertado e afetuoso entre o ex-presidente Lula e o deputado federal e foragido da Interpol Paulo Maluf. Também não me ofende mais do que o registro da posse do novamente deputado federal José Genoíno, do PT paulista, condenado por formação de quadrilha e corrupção.
     Outra fotografia razoavelmente recente e absolutamente deletéria, e que me veio à memória agora, é a do ex-ministro José Dirceu, chefe da quadrilha do Mensalão, ao lado da ainda chefe de gabinete da Presidência em São Paulo, Rosemary Nóvoa, também na Bahia, durante os feriados de novembro, se não me engano.
     Rosemary, que ainda não havia sido denunciada pela Polícia Federal, fazia parte do primeiro escalão do governo (pelo menos agia como se fizesse, mandando e desmandando, usando o - digamos - 'prestígio' que tinha com o o ex-presidente) e confraternizava com um criminoso, não por acaso seu ex-chefe.
     Pior do que todas, no entando, é a que ainda não foi feita: a do ex-presidente Lula dando explicações públicas sobre o envolvimento de sua ex-subordinada de confiança - estou falando de Rosemary, é evidente - com mais uma quadrilha organizada para assaltar os cofres públicos. Certamente seria o retrato mais apropriado dessa lastimável era de indignidades.

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