terça-feira, 29 de janeiro de 2013

A farra dos anúncios

     Leio, no Estadão, que o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), está fazendo uma licitação para a publicidade no valor de R$ 90 milhões. É um disparate. Todo esse dinheiro para exibir - nos jornais, rádios, tevês e revistas - nada mais do que sua obrigação: as eventuais melhorias na qualidade de vida da população.
     Esses recursos, certamente, teriam uma destinação mais útil, se aplicados em qualquer das áreas básicas. Argumentar que o governo está prestando contas à população, ao divulgar o que está fazendo com o dinheiro dos impostos, é uma falácia. Como todos os políticos, especialmente em cargos de direção, ele está usando um artifício para alimentar a próxima campanha eleitoral.
     Governos usam a publicidade como arma. Gastam verbas públicas para exaltarem seus feitos, quase sempre exagerando na dose de fantasia. Não é uma exclusividade dos governadores. Presidentes têm explorado exaustivamente essa brecha. Essa lamentável Era Lula, que já entrou no 11º ano, usa e abusa da publicidade. Fas isso regularmente, em especial nos anos eleitorais.
     O bombardeio de mensagens ufanistas e recorrentemente mentirosas leva em conta - não tenham dúvidas - a falta de memória crítica da população. Os programas são repetidos, com nomes mais pomposos; os números sofrem empurrões inacreditáveis. A se levar em conta, por exemplo, o que é anunciado oficialmente, não haverias uma família sequer morando em condições inaceitáveis.
     Nada melhor para engordar campanhas do que as inserções no Jornal Nacional e nas novelas. Quanto mais gente sorrindo com todos os dentes e crianças correndo felizes, melhor. Com uma 'vantagem' adicional: verbas gordas são um estímulo à leniência.
     Essa farra dos anúncios chega a ser indecente. Sabemos que não há melhor publicidade do que um trabalho executado com decência, qualidade que falta aos nossos poderosos.

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