quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

E aí, prefeito?

     Sou um dos confessos entusiastas da TransOeste. Não poderia ser diferente. Morando em Pedra de Guaratiba há doze anos, vivi de perto o desgaste provocado pelos intermináveis engarrafamentos na Avenida das Américas, desde o Recreio. Cruzar a Serra da Grota Funda, nos horários de maior movimento, então, era um suplício.
     Sou obrigado, entretanto, a aderir às críticas não ao projeto, em si, que é bom, mas ao evidente açodamento na realização das obras, que tiveram um enorme impacto nas eleições municipais realizadas ano passado. O mais recente acidente - queda de reboco do Túnel da Grota Funda, sentido Santa Cruz - apenas reforça a impressão de - no mínino - desleixo.
     O teto de um túnel novíssimo e caro não pode cair poucos meses depois de ter sido inaugurado. Não é lógico, nem razoável. Acidentes são aceitáveis, é evidente. Mas não nesse nível. A sensação de que não houve a necessária seriedade no desenvolvimento do trabalho ganhou novas dimensões.
    O desencanto já estava se acentuando com o desgaste das pistas destinadas aos 'Ligeirões'. Os buracos e desníveis apontavam para dois velhos conhecidos do brasileiro: serviço de segunda cobrado a preços de primeiríssima; e o jogo de empurra entre governantes e empresários, para transferir responsabilidades que são deles, unicamente. A interdição do túnel aumenta exponencialemente o temor de que tudo foi feito de olho apenas na reeleição de Eduardo Paes.
      E com um agravante: o enorme prejuízo ao conceito da TransOeste, que é razoavelmente moderno e mudou radicalmente (para muito melhor) o trânsito em toda a região. Com tantas e indesculpáveis falhas, a Prefeitura atropela até mesmo os benefícios provenientes da adoção dos ônibus articulados, modernos e rápidos, já criticados por não atenderem devidamente à demanda, que foi subestimada.
     Nosso jovem e reeleito alcaide está nos devendo uma resposta imediata e inquestionável.

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