terça-feira, 22 de janeiro de 2013

A esperança que vem da Justiça

     A cada nova condenação do empresário Marcos Valério - como a noticiada hoje, a quatro anos de prisão, além de multas, por fraude fiscal -, aumentam minhas esperanças de que ele não recue e - mais ! - aprofunde as acusações sobre o envolvimento do ex-presidente Lula e de outros próceres dessa era lastimável com o escândalo que ficou conhecido como Mensalão. O desespero de determinados criminosos é, historicamente, um grande aliado da Justiça.
     Enquanto um quadrilheiro condenado - desses medianos - ainda tem esperanças de ser ajudado pelos asseclas que estão em liberdade, ele avança e recua, diz e desdiz, esconde, guarda o trunfo. Findas as expectativas, restam a revolta - afinal, por que os outros não estão presos, também? - e a esperança de conseguir qualquer ajuda, uma cela com banheiro que seja, em troca de contar tudo o que sabe sobre os chefões.
     É a mesma que tenho em relação à ex-chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Nóvoa, e seus apaniguados. Ainda em liberdade, indo e vindo por aí, Rose e os irmãos Vieira alimentam a esperança de escapar das grades, confiando na força de seus parceiros. Afinal, o PT está no poder e tem feito o possível para ajudar o ex-presidente a escapar da trama aque ele mesmo armou e liderou.
     Os grandes entraves, no entanto, são duas conquistas da democracia: judiciário e imprensa livres. É verdade que há profissionais venais em todas as esferas, mas o comportamento de juízes, revistas e jornais, em geral, tem sido reconfortante, para desespero dos que exercem o poder, mesmo que por caminhos transversais.

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