quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

A vigarice do preço dos combustíveis

     É inacreditável que nossos jornais e analistas engulam sem esforço algum essa baboseira sobre o preço do combustível brasileiro estar defasado em relação ao mundo. É mentira. Os americanos, apesar da crise, continuam pagando cerca de 50% a menos do que nós. Os mexicanos pagam ainda menos. Aqui na América do Sul, só o Uruguai - que não produz um litro de petróleo sequer - cobra mais, um pouco mais. Para ser mais exato: o Uruguai produz ridículos 29 mil barris/dia, dois mil a menos do que Papua-Nova Guiné.
     Na Europa, a Holanda é o destaque em preços mais altos, é verdade. Já os espanhois enchem os tanques com mais tranquilidade. Os russos e vizinhos trafegam quase de graça, o que acontece - de fato - aqui ao lado, na Venezuela. Então, para ficar bem claro: pode ser - e eu acredito que sim - que os preços cobrados pela Petrobras às distribuidoras estejam defasados. E isso é uma questão séria, que compromete nossa maior empresa. Mas o consumidor comum, aquele que vai aos postos, é assaltado pelo somatório de impostos e taxas.
     Pagamos - e essa é a grande verdade - mais do que a maior parte do mundo pela gasolina que move nosso país, fruto da ganância do Governo, que nos enfia pela goela uma das mais altas cargas tributárias do universo. E nesse caso, não há, sequer, a desculpa esfarrapada da dependência estrangeira. Ou será que não somos autossuficientes em petróleo? É verdade que não somos, como alardeou esse Governo, mas o grande gargalo não está aí, e sim na falta de capacidade de refino.
     Hoje, lemos que há uma expectativa de aumento de 4% a 7% nos combustíveis. Aumento sobre quais valores? Como os preços do combustível são liberados, o infeliz consumidor brasileiro já foi castigado, na passagem do ano, pelo reajuste imposto nas bombas. Não é possível que ninguém tenha notado que já está pagando mais caro pela gasolina, álcool e diesel.
     Aliás, o álcool, que é nosso, é inviável como alternativa, quando seu preço é comparado ao da gasolina. E ainda temos que assitir a anúncios em que os produtores/Governo apelam à nossa consciência ecológica e apontam as vantagens do seu  uso - dele, álcool. Quanta pilantragem!!!
     Sendo assim, o tal aumento que está sendo anunciado agora vai incidir sobre valores JÁ CORRIGIDOS pelo mercado. O que já é extremamente caro - se comparado ao mundo em geral -, vai ficar ainda mais. Graças, entretanto, a essa fantasia marqueteira, o Governo ainda vai sair como aquele personagem que luta até o fim para preservar o bolso do povo.
     É - guardadas as diferenças - o que está acontecendo em relação à energia. Os tais 20% de redução anunciados politiqueiramente pouco antes da última eleição, já estão condenados a quase nada pelo aumento autorizado e cobrado a partir de dezembro. Sem contar que não era um favor, uma benesse: a Justiça já decidira que as tarifas estavam supervalorizadas, por um erro. Estávamos pagando mais caro do que o correto. O certo, mesmo, além da redução, seria a devolução do que foi cobrado em excesso.

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