sábado, 19 de outubro de 2013

Um desafio à dignidade nacional

     O país está refém da balbúrdia, do vandalismo, da estupidez. A falta de qualificação moral dos nossos governantes (com as exceções que existem e devem ser exaltadas), extremada nos últimos quase onze anos, inviabilizou a adoção de medidas mais fortes - não estou falando em aumentar a quantidade e/ou a qualidade de cacetadas - para coibir a baderna e emparedou a Justiça. Toda e qualquer manifestação termina invariavelmente em atos deletérios, como os de hoje, em São Paulo.
     A até certo ponto compreensível revolta contra possíveis atos de tortura contra animais (cães, em especial) em um instituto de pesquisas - já manifesta de maneira relativamente equivocada, com a destruição de trabalhos e maquinário -, teve um desdobramento funesto para qualquer movimento que se propõe digno: um grupo de arruaceiros incendiou um carro da PM e outro de uma emissora afiliada da Rede Globo, que acompanhavam um protesto na Rodovia Raposo Tavares, hoje pela manhã, nas imediações de São Roque (SP). A partir de mais essa demonstração de boçalidade, se seguiu novo confronto com policiais.
     Esses conflitos representam tudo o que não desejamos para o país. A democracia moderna não pode ser construída sobre desatinos. É fundamental que a sociedade se posicione claramente contra aqueles que solapam o diálogo, desmerecem o contraditório, atropelam a razão. Incêndios e destruição definitivamente não combinam com o exercício da liberdade, que deve ser assegurada, de maneira ampla.
     Algumas entidades e personalidades - como a Justiça, a OAB e determinados 'pensadores' - estão jogando contra o país e as instituições que deveriam defender, além de municiarem forças repressoras. Quando faz plantão gratuito na porta de delegacias, para libertar arruaceiros, a OAB emite, para a sociedade sadia, um sinal desafinado, além de alimentar a sensação de impunidade.
     Se meros marginais têm o aval da Justiça para desafiar a lei e a ordem, é evidente que grandes criminosos, como os bandoleiros do Mensalão do governo Lula, sentem-se à vontade para continuar desafiando a dignidade nacional.

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