sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Parceiros na estupidez

     Uma linha, perdida no meio de um texto publicado em O Globo, sobre as últimas manifestações de professores, no Rio, me obriga a voltar a um assunto explorado recentemente: a clara e lastimável ligação entre dirigentes do Sepe, sindicato dos professores, e grupos de delinquentes que vêm destruindo patrimônios público e privado e o apoio da população.
     Na passeata de ontem, realizada por não mais de duzentas pessoas, um dos diretores do Sepe formalizou, em discurso, o apoio à parceria com os vagabundos do tal grupo 'Black Blocs', confirmando o teor da uma nota oficial divulgada anteriormente. Se ainda houvesse alguma dúvida quanto à utilização da estupidez como argumento, ela estaria desfeita, comprovando que há vândalos também entre os mestres, não apenas nos grupos de encapuzados.
     Para ser correto, quero deixar bem claro que a maioria absoluta de professores não apoia atos criminosos. Peca, no entanto, pela submissão aos interesses de grupelhos político-partidários, que usam uma reivindicação justa por melhores condições de trabalho como trampolim para seus projetos eleitorais.
     Nas manifestações populares de junho, os mascarados - a serviço, também, de candidatos a cargo eletivos no Rio de Janeiro - foram repudiados. O movimento que sacudiu o país não tinha donos. Infelizmente, nesses últimos entreveros, os desajustados têm mais do que o respaldo dos organizadores: têm a parceria, a afinidade.
     Está na hora de a imensa massa de professores mostrar que não compactua com a barbárie. Sob pena de não poder jamais encarar um aluno com dignidade.


     PS: Já tinha acabo o texto, mas lembrei de outro exemplo de boçalidade, dessa vez na própria matéria, convenientemente não assinada. Em certo ponto do texto, os arruaceiros são chamados candidamente de "meninos". O Globo está passando do limite na sua ânsia de purgar pecados passados.

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