sábado, 5 de outubro de 2013

A hora da Polícia

     Não há 'plano B' para as Polícias Militares em geral, a do Rio de Janeiro em especial. Ou mudam e se transformam em instituições respeitáveis, ou serão desmoralizadas inteiramente, a ponto de perderem o pouco de respeito que ainda gozam entre a população. No atual ritmo estúpido de descrédito, não vai demorar muito para que nossos policiais não consigam se impor, sequer, pelo medo. Não está longe o dia em que, armados ou não, serão tratados a cusparadas por ponde passarem, antecipando o que seria um caos institucional.
     Não estou me referindo a episódios isolados (ou nem tanto ...) de uma cacetada ou outra em algum desses desajustados que vão para as ruas provocar badernas. Ou mesmo a um 'chega-para-lá' mais incisivo em um manifestante provocador, daqueles que sabemos que existem e que estão sempre prontos a provocar um entrevero que resulte em imagens. Nada melhor do que um pouco de sangue para ajudar a eleger demagogos e oportunistas.
     Esse tipo de reação é, de certa forma, 'tolerado', faz parte do pacote das polícias de todo o mundo, embora oficialmente reprovável. O que não se pode aceitar, sob qualquer circunstância, é a transformação do Estado - representado no dia a dia por sua polícia - em um agente de torturas, de mortes, de atos corruptos.
     A desmoralização total da instituição policial não pode interessar a ninguém com razoável bom senso. A Polícia, como ente, é fundamental no processo de ordenamento da sociedade. Ela existe, basicamente, para garantir direitos, entre eles o respeito à nossa integridade física e material.
     Assim como acredito na política como fundamental à democracia, apesar dos lastimáveis representantes que temos em todos os níveis, preciso crer que é possível, sim, que tenhamos uma polícia digna, formada por profissionais decentes. Nos dois casos, eles existem e precisam se impor aos demais, até para que sobrevivam.

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