segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Pesquisas assustadoras

     A notícia é pequena, no padrão das demais da coluna de Lauro Jardim, na Veja. O conteúdo, no entanto, é assustador. O tema: pesquisas para a governança do nosso Estado do Rio de Janeiro, encomendadas por PT, PMDB e PR. Em todas, a liderança está dividia entre Anthony Garotinho e Marcelo Crivela, seguidos por Lindbergh Farias. Pezão, o nome de Sérgio Cabral, ostenta um modesto quarto lugar, seguido por César Maia.
     Comecei a sentir urticária, palpitações. Ao longo de toda a minha vida, jamais anulei um voto, ou votei em branco, mesmo. Havia sempre um nome no caminho, alguém em quem eu encontrava alguma coisa que justificasse meu sufrágio. Quem viveu sob um regime de exceção, como eu, deve entender essa minha predisposição para o voto, essa minha devoção pelo direito de escolher representantes, livremente.
     Confesso, no entanto, que temo inaugurar uma nova fase dessa minha existência política. Fico imaginando um segundo turno entre Crivela e Lindbergh, ou Lindbergh e Garotinho, ou qualquer um dos citados e Pezão. Ou qualquer outra combinação possível.
     É verdade que passei, há alguns anos, por uma experiência que o tempo mostrou ser bem semelhante, quando do segundo turno entre Fernando Collor de Melo e Luís Inácio Lula da Silva. Na época, eu sabia o que esperar de Collor, mas não imaginava, ainda, o que poderia estar escondido atrás daquele personagem barbudo em quem Leonel Brizola jamais confiou. Imprensado, votei em Lula, pela primeira e última vez na vida. E me arrependo de ter sido tão inocente.
     Hoje, caso a situação se repetisse, não teria o menor constrangimento em anular o voto. O tempo mostrou o quanto os dois ex-presidentes são iguais, com uma pequena vantagem para o primeiro mandatário cassado da nossa história: ele é o que sempre foi, sem disfarces.
     Crivela ou Lindbergh? Nós não merecemos, definitivamente.

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