domingo, 6 de outubro de 2013

Discurso patético

     Chega a ser patético ler e/ou ouvir a companheirada criticando a 'falta de coerência' da ex-senadora Marina Silva, por ter optado pela filiação no PSB, para ter condições efetivas de participar do processo eleitoral do ano que vem, ao lado do governador Eduardo Campos. De um momento para o outro, o governador de Pernambuco, aliado de sempre do atual esquema de poder, passou a ser o símbolo do mal, não mais o comensal do Palácio, alvo dos maiores elogios e paparicadas.
     Lula, o mais nefasto presidente da história republicana brasileira, pode trocar abraços apertados, assim colados, com Paulo Maluf, aquele político paulista que é procurado pela Interpol, ou com o ex-presidente cassado e atual senador Fernando Collor de Melo. O PT pode fazer acordos com o PP (do indigitado Maluf), o PR, do mensaleiro condenado Valdemar da Costa Neto. Pode, ainda e sempre, defender ardorosamente seus bandoleiros condenados à prisão por assaltar os cofres públicos e a dignidade nacional.
     Marina Silva não poderia - que heresia! - ter se filiado a um partido que há pouco tempo fazia parte 'ativa e operante' do Governo. É de uma desfaçatez inacreditável. Deveria - como sonhavam petistas e assemelhados, depois de a criação de seu partido ter sido inviabilizada pelo 'rigor' de alguns cartórios - ficar recolhida no seu canto, deixando o caminho livre para a atual presidente passar com sua comitiva.
     Confesso que sinto engulhos ao deparar com argumentos desse teor, oriundos - quase todos - de partidários do maior estelionato ideológico jamais registrado no país. Marina falou em duas mil pessoas sendo pagas com dinheiro público para desenvolver uma campanha destrutiva contra ela. Acho que foi modesta. Mais grave do que a compra e venda de consciências e penas (ou teclados, para ficarmos mais atualizados), no entanto, é a estroinice ideológica gratuita.

     PS: Antes que eu esqueça, e para que não pairem dúvidas. Escrevi, há muito tempo, que Marina, em virtude do vazio político, poderia ser minha opção para a presidência. Jamais considerei votar em Eduardo Campos. Passei a considerar essa hipótese, pelo menos em um segundo turno contra a Era Lula.

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