domingo, 20 de outubro de 2013

Ex-presidente insiste em atacar imprensa

     Eu preferiria jamais tocar no nome desse personagem lastimável. Gostaria muito que ele estivesse sepultado no limbo da história, sem ouvintes e interlocutores para repercutir suas sandices retóricas. O mal que ele continua fazendo ao país, com suas mentiras, distorções, demagogia e manipulações, no entanto, me obriga a não esquecê-lo.     
     Acredito que a omissão seria até 'politicamente' mais conveniente, pois me livraria dos rótulos que costumam ser colados aos que denunciam os comportamentos do grande líder disso que convencionou-se chamar de 'esquerda brasileira', esse amontoado de protagonistas de escândalos inacreditáveis, como o Mensalão e os demais assaltos aos cofres públicos e à dignidade da Nação tão recorrentes nesses últimos quase onze anos.
     Mas não consigo deixar passar, sem um alerta, um chamado à reflexão, fatos como o relatado hoje, pelo Estadão. O jornal reproduz partes de uma extensa entrevista do ex-presidente Lula ao jornal espanhol El Pais, na qual mais uma vez a imprensa brasileira é apontada como a grande inimiga do PT e de seus asseclas, acusada de ter condenado, "a priori" (ele deve ter aprendido essa expressão recentemente), a quadrilha mensaleira, citando especificamente os "companheiros do PT".
     Não satisfeito - ele nunca está -, apresentou-se como um perseguido pelas "nove famílias" que controlam a imprensa brasileira e acenou com uma tal de "democratização dos meios de comunicação". Pelo que a companheirada petista vem pregando há muitos e muitos anos, a tal democratização a que ele deve estar se referindo são os 'jornalistas independentes' que o Governo vem comprando e pagando com verbas públicas.
     Já ia deixando passar sem uma referência: o ex-presidente que critica tanto nossa imprensa gosta muito de falar a jornais estrangeiros, com a certeza de que não investirão em perguntas mais duras, como as que certamente surgirão quando ele, finalmente, tiver coragem de dar uma entrevista livre por aqui. Ao El Pais, Lula não teve que explicar, por exemplo, suas relações indignas com a chefe do gabinete da Presidência da República em São Paulo. Não pelas relações, em si, mas pelo fato de terem sido bancadas pelos cofres públicos.
     Além do mais, ainda sobrevive em alguns países a fantasia do operário-filho-de-mãe-que-nasceu-analfabeta que liderou revoltas contra a ditadura, outra das mentiras que são alimentadas pelos marqueteiros oficiais. Nosso ex-presidente sempre foi um fã absoluto do general-presidente Ernesto Geisel e só se preocupava com os salários dos metalúrgicos do ABC - no que fazia bem, diga-se de passagem - e com as "viuvinhas" que o procuravam quando era diretor social, ou coisa que o valha.

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