A morte da ex-premiê britânica, a baronesa Margaret Thatcher, repercutiu em todas as partes. Os líderes das nações mais importantes, incluindo o americano Barack Obama e a chanceler alemã Angela Merkel, fizeram considerações ponderadas e respeitosas, uma espécie de tributo ao papel fundamental exercido por Thatcher durante os onze anos em que renovou seu país e ajudou a reconfigurar o mundo.
Não li ou ouvi qualquer comentário partido da nossa presidente. Posso estar cometendo uma injustiça, mas já esperava esse eloquente silêncio, exatamente o oposto do que aconteceu há um mês, quando da morte de Hugo Chávez, um aprendiz de ditador medíocre e populista, que arruinou a economia (o país depende quase que exclusivamente da produção de petróleo para sobreviver) e inaugurou uma época de trevas na Venezuela.
Não poderia ser diferente. A austeridade da 'Dama de Ferro' (era assim que os soviéticos a chamavam) e sua determinação em reduzir o peso do estado se contrapõem à cartilha falaciosa da maioria dos limitados líderes dessa pobre América do Sul, brasileiros em especial. E não podemos esquecer a vergonhosa surra que infligiu aos ditadores argentinos, quando decidiu colocá-los para correr das ilhas Falklands. Elogiar Thatcher certamente desagradaria Cristina Kirchner e aos nossos vizinhos, que destilaram seu rancor, hoje.
Eventualmente haverá uma nota formal, do Itamaraty. Jamais o reconhecimento da dimensão que a ex-premiê ostentou no mundo. Essa é uma das características da Era Lula: estar sempre ao lado do que há de pior no planeta; reverenciar terroristas e criminosos vulgares.
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