sábado, 27 de abril de 2013

Jogo sujo

     Algum maldoso já está espalhando que a presidente Dilma Rousseff, como se fosse um personagem 'rodriguiano', perguntou 'quem era a bola', aos seus acompanhantes na reinauguração do Maracanã. Pouco importa. Fonte Nova, Mineirão, Maracanã e similares são uma oportunidade imperdível de tocar a campanha pela reeleição e fingir que está, apenas, cumprindo a agenda.
     Ela e seus time sabem que é disso que o povo gosta, como gritava um locutor, ao narrar um gol. E gosta desde sempre. A combinação de pão e circo acompanha a história dos governantes, sejam eles gregos ou romanos. E isso explica a determinação brasileira em sediar a Copa de 2014, de qualquer maneira. Uma vitória da Seleção seria fundamental na reeleição.
     Portanto, vamos gastando fábulas em enormes estádios que tenderão a ficar ociosos num futuro bem próximo - com as exceções previsíveis. As empreiteiras agradecerão comovidas, e certamente expressarão sua 'felicidade' nas doações vindouras. E se é preciso atropelar as leis para atender às exigências comerciais da Fifa - uma entidade particular cercada de escândalos por todos os lados -, que assim seja.
     Maracanãs e quetais estão incluídos no tal 'vale-tudo' admitido pela presidente, quando deu partida à campanha, ao lançar-se à reeleição quase dois anos antes das eleições. Lastimo, entetanto, que a sofreguidão pela manutenção do poder não se limite a esses tropeções administrativos.
     Muito mais graves e danosas são as investidas contra a dignidada de Nação, claramente coordenadas de cima, mas executadas por uma equipe de pernas-de-pau-mandados. Não há limites na guerra suja declarada contra políticos que podem ameaçar a unção da presidente e a consolidação da ocupação de todos os segmentos de poder. Tudo dentro da lei, é verdade.
     Mas é assim que governos - digamos - 'bolivarianos' agem. Usam e abusam das liberdades e possibilidades democráticas para atropelar direitos e calar o contraditório. No nosso caso, atropelam a Constituição sem remorso algum. Afinal, a turma que está no poder (leia-se PT) recusou-se a assinar a Carta de 1988. O jogo é sujo, não tenhamos dúvidas.

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