quarta-feira, 10 de abril de 2013

Limpeza rima com educação

     Eu sei que é mais uma 'decisão' (já existia a legislação) para não ser cumprida, como dezenas de outras. Mas reconheço que a ideia é boa: multar severamente quem sujar as ruas da nossa cidade, o Rio, no meu caso. Sujeira é um dos indicadores de subdesenvolvimento, de ignorância, de falta de respeito com os demais. Mas é apenas um. Convivemos com dezenas de outros, praticados a todo momento, sem que os responsáveis pela manutenção da ordem cumpram com suas obrigações.
     O primeiro complicador é a necessidade de uma ação conjunta. Segundo o prefeito Eduardo Paes, as multas serão aplicadas, a partir de julho, por uma equipe formada por um fiscal da Comlurb, um guarda municipal e um policial militar. O problema começa aí. A Prefeitura não tem qualquer ascendência sobre a PM, que é estadual. A medida exigiria um entrosamento perfeito, quando sabemos, pela prática, que ele não existe.
     Como não tem poder de polícia - embora muitos integrantes pensem que têm -, a Guarda Municipal não pode exigir a documentação do eventual infrator, para emissão da multa. A PM seria, então, fundamental. Mas qual PM? Essa, que não consegue, sequer, dar conta da sua função primordial, que é garantir a segurança?
     Imaginem quantos policiais militares seriam necessários para que esse projeto dê algum resultado prático. E que não se argumente que, enquanto fiscalizam sujismundos, também estariam zelando pela segurança. Não é assim, infelizmente, que tudo funciona. Nossos policiais, por deformação da interpretação de seu papel, selecionam atribuições. Não se submetem a coibir infrações que consideram menores. Até por que têm uma enorme carga de exigências mais prementes.
     Lixo nas ruas - e essa é uma constatação acima de contestações - é consequência (mais uma) da extrema falta de educação do nosso povo varonil. Jogamos lixo nas ruas assim como avançamos sinais, trafegamos nos acostamentos, furamos filas, roubamos frutas e doces em supermercados, ligamos o som no volume mais alto, falamos aos berros ao celular e tentamos tirar vantagem em tudo, em todas as circunstâncias.
     Só há um meio de nos transformarmos, também, em um povo limpo, que respeite as normas mínimas convivência e respeito ao próximo: educação. Ampla, geral e irrestrita. Com a vantagem de nos ajudar a escolher melhor nossos representantes.

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