domingo, 14 de abril de 2013

Sobre rotos e esfarrapados

     O candidato do PSDB à Presidência, senador Aécio Neves, sugeriu que o PT, no poder há dez anos, precisa "tirar férias" para se reencontrar com o passado, numa alusão velada ao mergulho do partido governista em atos indignos, como a institucionalização da corrupção e do aparelhamento deletério do estado. Tenho minhas dúvidas quanto à tal recuperação da conduta que teria norteado a criação da agremiação.
     Tenho certo orgulho de jamais ter acreditado no PT e na sua pregação. Sempre esteve claro, para mim, que havia uma evidente mistificação naquela discurseira politicamente correta, destinada a angariar apoios de desiludidos e facilmente iludíveis. Mesmo assim, cheguei a votar em Lula uma única e jamais repetida vez, no segundo turno das eleições vencidas por Fernando Collor.
     O tempo mostrou que bastou assumir o poder para que o PT adotasse todas as práticas que condenava. Em muitos casos, aprofundou a pilantragem, o estelionato ideológico, o assalto aos cofres públicos.
     Só não consigo enxergar em Aécio a pessoa indicada para recomendar compostura aos demais. Hoje mesmo, o Estadão (se a memória ainda está funcionando) destaca que o nobre ex-governador mineiro gastou mais em passagens para o Rio do que para sua terra de origem, consolidando a imagem de que ele - Aécio - não é lá muito chegado ao batente. Há algum tempo, para constrangimento geral da Nação, parado em uma operação da Lei Seca, recusou-se a fazer o teste do bafômetro.
     Nada a ver com seu comportamento pessoal, particular, que deve ser respeitado. Os exemplos citados referem-se a atividades públicas. Não podemos esquecer que pagamos as passagens aéreas dos nossos políticos, que - por óbvio - devem dar o exemplo como cidadãos no dia a dia.
     Apesar dessas restrições, sou forçado a admitir que Aécio é o melhor nome do PSDB, aquele que surge com mais potencial para enfrentar a máquina oficial. Entre os demais, continuo acreditando que Marina Silva, conseguindo se desligar do ar messiânico e dos 'dogmas' extremistas, é um nome respeitabilíssimo. No mínimo, pode ostentar com dignidade uma bandeira fundamental: a da defesa do meio ambiente.

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