quinta-feira, 18 de abril de 2013

A máquina não para de inchar

     É claro que há quem trabalhe com seriedade. Docentes, em geral, são a maior prova de que não há incompatibilidade em ser funcionário público e participar de desenvolvimento do país. Mas todos nós estamos fartos de saber que há gente de sobra gravitando no universo oficial. No mínimo, há um péssimo aproveitamento do pessoal, que é qualificado, sim, pelo caráter seletivo do acesso às vagas.
     Essa fato, aliado ao absolutamente necessário enxugamento da máquina federal, por si só, já desabonaria a decisão de criar mais sete mil cargos públicos, a um custo estimado - segundo nos conta O Globo - de R$ 480 milhões por ano. Para agravar, o inchaço - que depende, ainda, de aprovação do Senado - foi decidido em uma reunião "esvaziada" da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, segundo o jornal, ou "sorrateira", de acordo com o senador oposicionista Álvaro Dias, do PSDB do Paraná.
     A turma da 'base do governo' teria aproveitado que nossos preclaros congressistas já estão se preparando para o fim de semana - afinal, já estamos na quinta-feira ... - e sapecou a votação. Tudo foi feito em regime de urgência, a pedido do senador José Pimentel, do PT cearense, para quem o tema é "fundamental para estruturar a máquina pública federal".
     Se aprovada, a ampliação do número de funcionários públicos será paga por todos nós, contribuintes, que já arcamos com a inacreditável carga tributária que ultrapassou a barreira dos 36% do PIB no ano passado. Uma das maiores do mundo, com o agravante da precariedade dos serviços oferecidos pelo Governo.
     Não é de estranhar, então, que tudo tenha sido decidido na Comissão de Constituição e Justiça. É por lá que transitam os deputados petistas José Genoíno e João Paulo Cunha, já condenados por corrupção e formação de quadrilha. Sem falar no deputado Paulo Maluf (PP-SP), amigo, parceiro e camarada do petismo.
     A máquina pública - na contramão do mundo civilizado e decente - cresce, para alimentar as ambições eleitoreiras dos detentores do poder.

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