sábado, 13 de abril de 2013

Contrapontos cariocas

": Nossa Senhora da Paz-Turiaçu".

"Tá ligado: Leblon-Cabuçu".

"Vâmo, vâmo: Jardim Botânico-Curral das 'Égua'"

     Augusto José e Domitila Alcântara alçaram seus brindes a Eduardinho (é assim que eles chamam o saltitante prefeito da cidade). Nunca mais teriam que trancar as janelas de seus 'apartamentos-com-vista-para-tudo' para driblar a poluição sonora que subia das ruas e avenidas da Cidade Maravilhosa, cheia de encantos mil. Aquele abominável sistema de transporte finalmente foi varrido dos seus domínios.
     A próxima meta é eliminar os ônibus. Vai ser mais difícil. O esquema dos magnatas do transporte é mais poderoso. Mas, quem sabe? No futuro - não custa sonhar... -, uma cancela na Princesa Isabel, outra na saída do Rebouças e um posto de triagem em frente Planetário. Carros, só de Corola e Civic para cima. No extremo, torcer para um terremoto, soterrar, de madrugada, para não causar "vítimas inocentes", esse buraco de tatu que está sendo cavado logo aqui, no 'coração do Brasil'.

"Aha, uhu, as van agora é tudo nossa"

     Clarivando e Marylynn festejaram a decisão do 'Eduardo da Paz'. As vans banidas "lá do Rio" com certeza serão distribuídas pelas zonas norte e oeste, aumentando a oferta. Com sorte, algumas vão poder usar o corredor expresso dos BRTs, inacreditavelmente lotados e transbordando passageiros na maior parte do dia. Outras - imaginam - podem ser colocadas nas estações da Central espalhadas pelos subúrbios, para receber os passageiros que os trens não conseguem atender.
     O problema vai ser no verão. As vans facilitavam o acesso às maravilhas cantadas em prosa e verso. Era só escolher o lugar, saltar e armar a barraca na areia. Os ônibus param mais longe. Vai dar trabalho carregar a tralha toda por dois ou três quarteirões.

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