segunda-feira, 1 de abril de 2013

Publicidade e governos

     Uma das leis que eu gostaria de ver promulgada é - na minha interpretação - simples, objetiva e de enorme efeito para o País: "Governos - nas três esferas - e empresas estatais estão proibidos de gastar dinheiro público em publicidade". Só em São Paulo - como nos conta Veja -, em dez anos seriam economizados cerca de R$ 2,5 bilhões, dinheiro gasto, quase sempre, para exaltar dirigentes, seus feitos, e ajudar a reelegê-los e/ou a correligionários.
     Governos e governantes têm, sim, obrigação de prestar conta de seus atos, pois agem em nome da população. Mas há uma penca de caminhos para cumprir essa obrigação, sem a necessidade de recorrer a peças publicitárias caríssimas. Quando fabrica centenas de anúncios, essa gente está, na verdade, construindo altares para seus egos, vaidades, interesses políticos.
     Presidentes, em especial, têm a seu favor a possibilidade de convocar redes nacionais, que deveriam ser usadas justamente para prestar contas de seus atos. Além disso, temas relevantes, de real interesse público, são repercutidos nos nossos jornais, revistas e tevês. É importante, vira notícia, grátis. Há repórteres cobrindo todas as áreas, ávidos por matérias.
     A grande verdade é que, com a desculpa de estar dando uma satisfação ao público, nossos governantes atiram pela janela (diretamente nos bolsos das grandes agências, especialmente as camaradas) quantias fabulosas, que poderiam ter destinação mais digna. Sem essa vigarice, entretanto, ficaria mais difícil alicerçar candidaturas e irrigar carteiras, com as comissões oficiais e aquelas que escorrem por trás das portas, como ocorreu, entre outros casos, no Mensalão do Governo Lula, o maior escândalo da história brasileira.

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