quarta-feira, 24 de abril de 2013

Uma agressão à dignidade


     Não vou discutir o mérito, nem as minúcias, da decisão da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, que admitiu a votação de uma Proposta de Emenda Constitucional revogando e/ou rediscutindo algumas prerrogativas do Supremo Tribunal Federal. A função do Congresso, como um todo, é justamente legislar, formatar as amarras constitucionais que disciplinam nosso dia a dia. É para isso, também, que elegemos nossos representantes.
     Mas é inadmissível que qualquer decisão que envolva o STF seja chancelada, proposta, discutida ou analisada por bandoleiros e corruptos condenados justamento pelo Supremo, como os deputados petistas João Paulo Cunha e José Genoíno. É um acinte, uma agressão à dignidade da Nação. Criminosos, em países decentes, vão para a cadeia, jamais legislam.
     Os dois, que contam com a honrosa companhia do 'amigo' e também deputado paulista Paulo Maluf (PP), entretanto, fazem parte do esquema de poder vigente. Assim, podem entrar e sair à vontade do Congresso, sabendo que não serão alvos de algum 'movimento social', de alguma manifestação. Ao contrário: a companheirada está sempre disposta a apoiá-los, como vem fazendo desde a eclosão do escândalo do Mensalão do então presidente Lula, o maior assalto institucional aos cofres públicos já realizado no país.
     Ambos têm, até, fortes defensores entre os membros do STF. Basta lembrar a lastimável e vergonhosa atuação do ministro Ricardo Lewandowski durante todo o julgamento, muito bem secundado pelo ex-empregado do PT, Dias Toffoli. Ambos - Toffoli e Lewandowski -, a julgar pelo noticiário que emana de Brasília, continuam lutando bravamente para livrar seus companheiros da cadeia.

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