segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Use e abuse do controle remoto

     Um velho e querido amigo ficou surpreso ao ler minhas considerações sobre televisão, programas e tudo o mais que surge nas telas, que já foram telinhas, num passado recente. Tem seus motivos. Ele sabe o quanto sou crítico e, eventualmente, intolerante, especialmente com a Rede Globo, pela responsabilidade que tem por ser a maior referência em informação e cultura - dois segmentos que se completam e se fundem - do povo brasileiro. Essas restrições, no entanto, não me impedem de reconhecer a qualidade de alguns programas de entretenimento, a dimensão do Jornal Nacional e a enorme capacidade de seus profissionais, em todas as áreas.
    A tevê aberta, entretanto, deixou de ser uma referência para mim há muitos anos. As melhores séries, programas de debates e culturais estão espalhados pelas dezenas de opções da NET, Sky etc. Não consigo me imaginar assistindo a filmes dublados, por exemplo. Ou ao futebol narrado por Galvão Bueno; comentado por Neto; e com lances duvidosos interpretados por um juiz com a carreira repleta de - digamos - incidentes. E vai aqui uma observação: lamento muito o fato de o rubro-negro Júnior, um excelente comentarista, não fazer parte da equipe da SporTV, por exemplo. E vocês sabem que sou um torcedor apaixonado do Vasco.


    A televisão, gostemos dela, ou não, está incorporada à nossa vida, talvez em definitivo. Essa certeza me acompanha há muito tempo e me levou a participar, em 1974, por exemplo, de um seminário justamente sobre técnica, teoria e prática de televisão (veja, acima, a reprodução do crachá), ministrado pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). O segredo - tomo a liberdade de presumir - é saber como usar a tevê, extraindo o que de melhor ela nos apresenta, usando o controle remoto sem receio.
    É assim que eu passo sem traumas por mediocridades como os execráveis BBB, American's Top Model (o que é aquilo????) e similares. Datenas? Ratinhos? Não, nunca vi. Sei que existem - afinal, vivo no Brasil -, mas jamais perdi um segundo com essas coisas. Aliás, meus aparelhos de tevê têm um bloqueio cultural e sanitário que impede a sintonização do tal do BBB, da Bandeirantes do SBT e de outras menos votadas.

2 comentários:

  1. Conheço Marco Antõnio há muitos anos: da nossa infância no longínquo bairro de Mal. Hemes, das alegrias e tristezas, das arquibancadas do Maracanã e do convívio familiar. Sempre o respeitei e admirei mas jamais me conformei com uma das facetas do seu temperamento que é o hábito de não querer discutir suas idéias. Não entendia o seu "egoísmo" em não compartilhar sua inteligência e seu preparo intelectual com as demais pessoas privando-as do aprendizado do muito que ele poderia e pode transmitir. A discussão é importante para quem ensina e muito mais importante é para quem quer aprender. Com muito orgulho e alegria recebo a notícia do "Marco no blog". Posso afiançar a todos que passam a frequentá-lo de que estamos diante de alguém acima da média, com base invejável de conhecimentos e agora altruísta na decisão de expor seus pensamentos e experências, trocando idéias com aqueles que lhe comentam. Parabéns, compadre, pela iniciativa!

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