sábado, 12 de fevereiro de 2011

A história da história

Recebi um desafio – ele chamou de repto – de um amigo de sempre, desde os bancos escolares da Escola Primária Evangelina Duarte Baptista, no subúrbio de Marechal Hermes, nos idos da segunda metade dos anos 50. Paulo Sérgio Moreira de Carvalho, coronel da reserva, da Artilharia - um dos oficiais mais brilhantes que passaram pelo Exército nos últimos anos -, divide comigo, além da paixão pelo Vasco,  a ojeriza à demagogia. Fala, Paulo:
“Estou terminando de ler um livro intitulado Guia politicamente incorreto da História do Brasil", de Leandro Narloch, um jovem jornalista que foi repórter da revista Veja e editor das revistas Superinteressante e Aventuras na História. O livro, que vem fazendo grande sucesso, trata de desmistificar a historiografia "politicamente correta", profundamente enraizada no meio escolar e resultante, quase sempre, de uma manipulação com fins ideológicos. O objetivo do autor, como ele próprio diz, é chocar e enfurecer com suas pesquisas históricas irritantes e desagradáveis, derrubando alguns desses mitos tomados hoje como verdades inquestionáveis. A verdade que emerge das pesquisas sérias mostra-se bem outra. Zumbi, por exemplo, tinha também seus escravos no quilombo dos Palmares, capturados em fazendas da região. Os escravos que vieram para o Brasil eram vendidos aos portugueses pelos próprios negros africanos, que tinham também os seus escravos. A Guerra do Paraguai - ou, como é politicamente correto chamar, "Guerra da Tríplice Aliança" - não foi um ato de agressão imperialista do Brasil, insuflado pela Inglaterra, contra uma potência emergente, mas resultou de um arroubo de grandeza, um erro de cálculo de um ditador vaidoso, cruel, louco e equivocado, de um país miserável. O Paraguai foi o agressor, não a vítima. Essas e outras ‘verdades’ que compõem essa história oficial revisada são mostradas no tal livro, que presta assim um inestimável serviço. Entendo que a cristalização dessas versões deturpadas da História - tomadas como inquestionáveis - propicie e justifique a adoção de políticas públicas equivocadas e interesseiras. Eis aí um repto que lanço: fale desse assunto em seu blog. Seja mais um a desmascarar essa falsa História impingida aos nossos netos nas escolas”. Desafio aceito.

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