terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

O futuro passa pelos quartéis

    A euforia com a eventual expansão do movimento popular que redundou na derrubada do ditador Hosni Mubarak (82 anos, há 30 no poder), ao que parece, refluiu no Irã - um dos países mais fechados do mundo, ao lado da Coreia do Norte, a campeã do arbítrio; China; e Cuba - e um dos primeiros a comemorar o que poderia ser o início do rompimento do Egito com Israel e Estados Unidos. Tudo por que a onda de liberdade que avança pelo Oriente Médio tem potencial para arrasar, além de outras ditaduras, também, com o regime imposto pelos aiatolás, responsáveis diretos pela transformação do país em um dos maiores exportadores de violência e intolerância do mundo. O Irã, de origem persa, sabe que é apenas tolerado pelos vizinhos árabes mais próximos, Arábia Saudita em especial, temerosos de um surto expansionista.
    Quanto ao futuro imediato do Egito, tudo indica que vai depender, como acontece há décadas, do respaldo dado pelos militares, que assumiram diretamente o poder nessa fase de transição. Os primeiros sinais dos governantes provisórios aliviaram, em parte, a tensão. Uma mudança radical de posição do Egito, que certamente levaria com ele a quase totalidade do mundo árabe, parece estar descartada. Aos poucos, o país volta à rotina, mas sem abandonar a vigilância, garantem os novos líderes nacionais. O caminho, sugerem os fatos mais recentes, vai levar a eleições livres e à volta da democracia, sem resvalar na perigosa aventura do fundamentalismo islâmico que caracteriza o Irã.

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