quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Uma afronta à história

A indicação do deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP) para presidir a Comissão de Costituição e Justiça da Câmara, ao menos, deve servir para calar os que ainda duvidavam da capacidade de o Partido dos Trabalhadores afrontar a coerência com o já distante passado e agredir as mais simples normas de decência política. O deputado é um dos principais réus do processo do Mensalão, que será julgado pelo Supremo Tribunal Federal. Quando da farta distribuição de 'recursos não contabilizados' para comprar apoios e pagar compromissos de campanhas de petistas e aliados, a esposa do deputado foi flagrada em uma agência bancária de Brasília, usada para liberação do dinheiro. Segundo o noticiado, teria sacado R$ 50 mil, diretamente no caixa. Quando interpelado, o ex-presidente da Câmara apresentou algumas versões para o fato (entre elas, a de que sua mulher estaria pagando uma conta de tevê a cabo), todas desmoralizadas. É verdade que o líder petista ainda não foi condenado - o que o coloca na ambígua condição de inocente até que se prove o contrário; ou culpado até que se prove a inocência. As evidências, no entanto, recomendariam um mínimo de recato a ele e a seus pares. Mas isso, talvez, fosse pedir muito.

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