terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Não haverá desfile na Serra Fluminense


São fatos diferentes, cada um com sua dramaticidade, com suas consequências, seus reflexos no dia-a-dia, na economia. Mas, convenhamos, carnaval é carnaval. Como diz a marchinha antiga, “são três dias de folia e brincadeiras”. Não há – felizmente - vítimas a lamentar no incêndio na Cidade do Samba. O prejuízo financeiro foi grande, é verdade. A qualidade do desfile já está irremediavelmente comprometida. Mas outros desfiles virão, dando chances ao brilho de Grande Rio, Portela e Ilha do Governador.
Na Serra Fluminense, não. A chance que se adivinha é a de novos desastres. Hoje quase um mês passado da tragédia, foram contabilizadas 880 mortes e ainda  há algo em torno de 400 pessoas ‘desaparecidas’. É isso mesmo: 400 pessoas desaparecidas, presumivelmente soterradas, presas em fundos de rios. Imaginemos, por um momento, o sofrimento dos que não têm certeza sobre o que aconteceu, de fato, com pais, irmãos, filhos, maridos, mulheres e amigos. A vida é dinâmica, sabemos – e precisa ser assim, para que consigamos vivê-la -, mas a memória pública, em especial, a cada dia se torna mais curta.

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