sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

O enigma egípcio: democracia ou obscurantismo


Toda reação a ditadores faz bem e não engorda. Logo, a deposição do presidente do Egito, Hosni Mubarak, há 30 anos no poder, tende a ser boa para a população. A indefinição fica por conta dos eventuais sucessores. Um possível governo movido pelo ódio a Israel, em especial, que venha a se alinhar com o Irã, pode ser ainda mais danoso ao mundo. Hoje, os jornais já destacam o discurso do líder maior do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, congratulando-se com os povos egípcio e tunisiano (a revolução muçulmana explodiu com mais força na Tunísia, derrubando o governo há alguns dias) pelo que classificou de  “movimento islâmico de libertação”. Khamenei pregou, ainda, a união contra o Ocidente, o que nos incluiria nessa cruzada obscurantista.

Um comentário:

  1. O mundo islâmico é bem complexo. Embora muitos acreditem que o Islamismo seja uma unica religião, na realidade existe tanta confusão e conflito quanto no cristianismo.
    Em pelo menos um ponto, todo o fragmentado mundo muçulmano concorda na atualidade: que os países do ocidente têm promovido uma campanha de demonização do mundo islâmico pela mídia. Então foram os nossos países os que começaram a cruzada obscurantista.
    Sobre o tema de Israel, acho que o ódio contra algum povo nunca é sadio, mas acho que Israel não está cooperando para que os sentimentos anti-Israel cessem.
    Israel é o único país judeu, rodeado por países muçulmanos, todos predominantemente sunitas com a exceção do Irã. Israel tende a ter uma reação bélica exagerada com os civis da Palestina. Em ocasiões nas que algum Palestino desesperado lançou um foguete caseiro contra Israel, mesmo não matando ninguém, o último reagiu com manobras bélicas à grande escala, usando armas proibidas pelas Nações Unidas (como o fósforo branco) e concentrando os ataques em objetivos civis. De fato Israel tem mais de 70 condenas, somente da ONU. Algumas são pela violação de direitos humanos, outras são por violar os acordos internacionais de repartição de fronteiras com a Palestina.
    Imagino, por tanto, que seja compreensível, embora que não justificável, o ressentimento para com Israel por parte de alguns muçulmanos.

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