quarta-feira, 31 de julho de 2013

O fim do 'mensalão'

     Nossos jornais anunciam que o presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, anunciou o início do julgamento dos recursos dos quadrilheiros condenados no julgamento do 'mensalão do governo Lula'. Essa fase deve começar dia 14, finalmente. Esse assunto precisa terminar, formalmente, embora seja recomendável que permaneça vivo indefinidamente na memória nacional.
     As manifestações que marcaram especialmente o mês de junho - as democráticas, não os atos de vandalismo que ainda se repetem - são a evidência mais forte de que a população decente exige respostas à altura da sua indignação. Uma delas será, certamente, a confirmação da prisão dos principais responsáveis pelo maior assalto institucional aos cofres públicos e à dignidade da Nação.
     Houve um momento em que cheguei a temer por uma eventual reversão nas condenações, a partir da 'entronização' de novos ministros. Hoje, não. Excetuando os personagens que se notabilizaram pela defesa acintosa dos bandoleiros petistas, em especial, não consigo vislumbrar, entre os ministros, a possibilidade de mudança das decisões, que - na minha opinião - foram extremamente brandas.
     Uma indicação de que STF deve se manifestar praticamente em conjunto foi o artigo publicado pela ex-ministra Ellen Gracie, em O Globo, há alguns dias. Sua primeira frase é definitiva: "Após longo e criterioso trabalho de análise dos fatos, o julgamento ... resultou na condenação de algumas figuras de relevo do partido que ora detém o poder".
     Não poderia ter sido mais clara e objetiva: o resultado do julgamento espelha com fidelidade a seriedade do trabalho executado, especialmente pelo então relator Joaquim Barbosa. Tudo o mais que vem sendo tentado, a partir de então, é o resultado do desespero, da inconformidade com a justiça, da incredulidade face à punição de malfeitores do primeiro escalão.
    É o que a também ex-presidente do Supremo afirma em outro trecho: "Das iniciativas de intimidação da Casa pela redução de seus poderes constitucionais às de desmoralização de alguns de seus membros, tudo vale no esforço de obter a impunidade dos réus". Simples assim. Não apenas iniciativas legais, até certo ponto admissíveis. Mas pilantragens, pirotecnia, desfaçatez.
     Há dois meses, essas 'iniciativas' poderiam, até, dar certo. Hoje, são inimagináveis e inaceitáveis.

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