quarta-feira, 10 de julho de 2013

O golpe da suplência

     A questão, me permito afirmar, não está simplesmente no parentesco entre o candidato a senador e seu suplente, que acaba de ser reprovado. Não há dúvida que essa promiscuidade é deletéria. Em todos os casos, como vemos atualmente, o objetivo é deixar tudo em família, dinheiro e poder (não necessariamente nessa ordem), como se vivêssemos infalivelmente em uma era dinástica.
     Mas talvez não resida aí o centro do problema. A - creio que podemos chamar assim - vigarice consiste maior consiste em omitir o nome do tal 'suplente'. Raríssimas pessoas sabem o nome do sujeito que assumirá o mandato em caso de vacância. Se o eleitor soubesse, poderia, até, reavaliar seu voto. Afinal, as chances de um sem-voto assumir o mandato são muito grandes, especialmente em um governo de 'coalizão' como o atual, no qual há sempre um lugarzinho ao sol para agradar aos amigos.
     Quando não há uma vaga disponível, é só criar uma, como vem acontecendo sistematicamente nessa lastimável Era Lula que já dura dez anos e meio. Foi assim, abrindo caminho para a turma do apoio incondicional, que o ex-presidente aumentou o número de ministérios de 25 para 35!!! Não por acaso, esse número inchou ainda mais sob a batuta da presidente Dilma Rousseff, chegando aos absurdos 39 ministérios que ostentamos hoje, para nossa vergonha.
     Senador que vira ministro é uma das constantes deploráveis na nossa infeliz República. É um meio de o Governo lotear o poder entre os 'apoiadores'. Não podemos esquecer que a posse de um ministério representa algumas dezenas de cargos em comissão, controle sobre aplicação de verbas e tudo o mais que existe por trás desse esquema.
     Não basta, apenas, eliminar parentes. É necessário dar nome à boiada.

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