quarta-feira, 3 de julho de 2013

O voto é a única arma admissível

     Por mais que eu reaja à governança da presidente Dilma Rousseff, medíocre e ineficaz, como os números da economia e o caos político e comportamental atestam, jamais admitiria uma intervenção, intimidação ou algo semelhante. Governantes ruins, como acho que a presidente é, devem ser apeados do Poder ao fim do mandato, através do voto, que é a único meio aceitável em uma democracia.
     O exemplo egípcio, embora seja possível de entender, não deve, sequer, servir de argumento em uma eventual comparação entre as crises que os dois países - Egito e Brasil - vivem. Nosso país sofreu muito para superar o período de quebra institucional. Foi preciso uma enorme determinação para reconstruir a confiança e os laços entre as forças vivas.
     Há uma enorme distância separando a Praça Tahrir e nossas avenidas. Aqui, as divergências, insatisfações e decepções têm uma saudável vocação para a paz. Excetuando os grupos de baderneiros, todos os que foram e continuarão indo às ruas querem mudanças, sim, mas através de novas posturas, e não pela força bruta.
     Não podemos perder de vista esse foco: cobrar dignidade dos políticos e exigir respeito e investimentos nas áreas mais carentes é, mais do que um direito, um dever de todos nós, mas dentro das normas constitucionais. Quem festeja golpes de estado certamente não viveu sob censura ou foi perseguido por divergir.
     É verdade que a destituição do presidente egípcio reveste-se de um caráter particular e pretende, teoricamente, evitar o desastre maior de uma guerra civil, mas é sempre ruim - pelo menos para mim - assistir à derrubada de um dirigente eleito democraticamente.

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