segunda-feira, 22 de julho de 2013

Sobre desilusões e esperanças

     Um grande, antiquíssimo e muito querido amigo está bem mais desiludido do que eu com os rumos do país. Ele não acredita mais na possibilidade de renovação na forma e no conteúdo do nosso governo, que estaria fadado a uma simples troca de guarda, passando de mão em mão por representantes desse grupo político que assumiu o poder há dez anos e meio.
     Já estive tão cético quanto ele. A reação popular aos desmandos e à institucionalização da corrupção me reanimou. Afinal, surgiu uma resposta à empulhação. Falta, no entanto, algo - um partido político ou um candidato - que catalise esse momento e se apresente como opção a esse reinado populista e inconsequente inaugurado pelo ex-presidente Lula.
     As pesquisas que vêm sendo divulgadas apontam para o crescimento da candidatura da ex-senadora Marina Silva. Ela, no entanto, manteve-se à distância dos acontecimentos. Optou pelo silêncio, por um comportamento discreto. Essas atitude pode ser interpretada, pelo menos, de duas maneiras. Sensatamente, teria preferido não tentar capitalizar um movimento que surgiu naturalmente. Oportunisticamente, não quis engrossar a fileira dos críticos do atual governo, para não desagradar possíveis futuros eleitores.
     Não tenho, ainda, uma opinião fechada sobre ela. Seria uma boa candidata, sim, pela quase certeza de que não condescenderia com a corrupção, com o loteamento do Governo; que reagiria aos acordos espúrios que colocam no mesmo balaio bandoleiros de diversos matizes. Mas é preciso que se abra mais, que assuma posições claras sobre as grandes questões nacionais.
     Ser inflexível com a corrupção já seria um excelente ponto de partida, especialmente quando somos confrontados diariamente com denúncias de atos indignos em todas as esferas do poder. Mas creio que a Nação esteja esperando mais do que alguém apenas intransigente com o malfeito.

Um comentário:

  1. As esperanças que agora alguns depositam em Marina são as mesmas que levaram Lula e o PT ao poder. Marina é cria do PT e dele se afastou apenas por "falta de espaço". Uma vez no poder - que Deus nos livre! - conduzirá o país por caminhos até mais à esquerda que esses que o PT hoje trilha.

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