quinta-feira, 4 de julho de 2013

Uma geração política desprezível

     Essa turma é incorrigível. Anteontem, forçado pela divulgação de mais uma de suas estripulias, o presidente da Câmara, Henrique Alves, do PMDB do Rio Grande do Norte, foi obrigado a confessar que usou indevidamente um transporte oficial (avião da FAB) para vir ao jogo da Seleção Brasileira, no Maracanã, na final da Copa das Confederações. E ainda trouxe a namorada e uma penca de agregados.
     Constrangido, tentou contornar o malfeito pagando pouco mais de R$ 9 mil, como se a questão fosse, apenas, financeira. Hoje, temos o dissabor de saber que o presidente do Senado, o alagoano Renan Calheiros, também usou um jato oficial para ir ao casamento da filha de outro senador. E levou a mulher, é claro.
     Pego em flagrante delito, não somente se defendeu e ao seu ato, como garantiu que não pretende reembolsar o Governo. Alega que, como presidente de um Casa Legislativa, tem direito a transporte oficial, assim como a presidente Dilma Rousseff e outros menos votados. Esqueceu, comodamente, que o privilégio - inconcebível em países com governantes menos desmoralizados - só pode ser usado em ocasiões especiais, previstas explicitamente, todas a serviço.
     Participar de casamento de filhos de amigos jamais poderia ser contabilizado como atividade oficial. Chega a ser ultrajante. Mas é assim que essa gente age. Deixa de servir para se servir. Inverte os propósitos da vida política, sua essência, a proposta de doar e se doar.
     Essa geração de políticos, com as exceções que confirmam a regra, certamente é uma das mais lamentáveis da vida republicana brasileira.

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