segunda-feira, 8 de julho de 2013

A bolha chamada Brasil

     Procuro deixar os temas econômicos para os mais bem informados (ou formados). Lembro sempre que só não passei por duas editorias ao longo dos meus quase quarente anos de redação: internacional e justamente a de economia. Eventualmente, quando o tema se aproxima do dia a dia, ouso alguns comentários, alguns questionamentos.
     No caso específico de hoje, no entanto, o assunto - tomo a liberdade de inferir - resvala no noticiário policial. Estou me referindo à explosão dessa enorme bolha chamada Eike Batista, inflada por uma combinação de ego superdesenvolvido e conveniências políticas. Mais precisamente, conveniências dessa atual era de poder.
     Eike é o exemplo mais acabado do fracasso dessa maneira irresponsável e demagógica de administrar inaugurada nos primórdios da Era Lula e aperfeiçoada recentemente pela presidente Dilma Rousseff. Como explicar que a antítese da pregação petista tenha se convertido na referência, na expressão do 'novo Brasil' inaugurado há dez anos?
     Só há uma resposta: ele é a síntese, uma antevisão do que está vindo por aí não apenas com as empresas X, mas com a economia brasileira, estruturada na postergação de problemas, nas maquiagens contábeis, nos remendos de índices, nos financiamentos e refinanciamentos nunca suficientemente bem explicados.
     Assim como a bolha X está estourando e deixando destroços pelo caminho, o peso da falta de projetos e programas ameaça cair sobre a população. Mais do nunca, ficou evidenciado que o Brasil apenas surfou num momento especial da economia do mundo, chinesa em especial. As contas dessa aventura começam a se acumular. E não adianta procurar uma espécie de 'BNDES planetário' para financiar nossas estripulias. Ele não existe.

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