Procuro deixar os temas econômicos para os mais bem informados (ou formados). Lembro sempre que só não passei por duas editorias ao longo dos meus quase quarente anos de redação: internacional e justamente a de economia. Eventualmente, quando o tema se aproxima do dia a dia, ouso alguns comentários, alguns questionamentos.
No caso específico de hoje, no entanto, o assunto - tomo a liberdade de inferir - resvala no noticiário policial. Estou me referindo à explosão dessa enorme bolha chamada Eike Batista, inflada por uma combinação de ego superdesenvolvido e conveniências políticas. Mais precisamente, conveniências dessa atual era de poder.
Eike é o exemplo mais acabado do fracasso dessa maneira irresponsável e demagógica de administrar inaugurada nos primórdios da Era Lula e aperfeiçoada recentemente pela presidente Dilma Rousseff. Como explicar que a antítese da pregação petista tenha se convertido na referência, na expressão do 'novo Brasil' inaugurado há dez anos?
Só há uma resposta: ele é a síntese, uma antevisão do que está vindo por aí não apenas com as empresas X, mas com a economia brasileira, estruturada na postergação de problemas, nas maquiagens contábeis, nos remendos de índices, nos financiamentos e refinanciamentos nunca suficientemente bem explicados.
Assim como a bolha X está estourando e deixando destroços pelo caminho, o peso da falta de projetos e programas ameaça cair sobre a população. Mais do nunca, ficou evidenciado que o Brasil apenas surfou num momento especial da economia do mundo, chinesa em especial. As contas dessa aventura começam a se acumular. E não adianta procurar uma espécie de 'BNDES planetário' para financiar nossas estripulias. Ele não existe.
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