sexta-feira, 12 de julho de 2013

Sobre ofensas ...

     Sabem o que me ofende, mesmo? No atacado latino-americano, o desrespeito à liberdade de imprensa, a manipulação de dados da economia, a perseguição a juízes e jornalistas, a demagogia barata, o populismo vagabundo. No varejo brasileiro, o vergonhoso e estratosférico índice de corrupção registrado nos últimos anos, a precariedade dos serviços públicos, a desfaçatez dos políticos em geral, governistas em particular.
     As agruras do presidente cocaleiro, o boliviano Evo Morales, nas suas 'voanças' pela Europa não me fizeram perder um minuto de sono sequer. Nossa presidente, em reunião desse lamentável e inócuo Mercosul, no lugar de fazer proselitismo, deveria cobrar seriedade e reciprocidade de fato nas relações comerciais com a Argentina e indenização pelas empresas brasileiras confiscadas por vizinhos vigaristas.
     Eu sei que seria pedir muito, mas ela, Dilma Rousseff, bem que poderia, também, denunciar o fechamento de jornais e emissoras de tevê, a violenta perseguição movida pela presidente Cristina Kirchner ao grupo Clarin, as diatribes (no sentido de injurioso e agressivo) do equatoriano Rafael Correa, as boçalidades proferidas por Nicolás Maduro, esse inimaginável presidente venezuelano.
     Como destaquei ontem, esses incidentes - estúpidos, é verdade - foram e estão sendo superdimensionados por uma clara jogada de marketing, destinada a tirar o foco das mazelas e explorar o sentimento nacionalista. Enquanto esbravejam contra os 'impérios' americano e europeus, nossos - no caso, da América do Sul - 'ilustres' presidentes fogem da obrigação de falar sobre a situação de seus países.

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