A indignação com a indicação das filhas dos ministros Mauro Aurélio Mello e Luiz Fux, ambos do Supremo Tribunal Federal, para cargos de relevância na Justiça - desembargadoras! - é relevante, não tenho a menor dúvida. Aos 32 (Mariana Fux) e 37 anos (Letícia Mello), nenhuma das duas advogadas apresenta um currículo digno de honrarias.
Segundo a Folha, as duas jovens atuaram, ao longo da vida profissional, num total de onze processos no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Em termos acadêmicos, o único destaque seria um curso de quatro meses apresentado, por uma delas, como pós-graduação.
Convenhamos que essa performance não habilita a voos tão altos. Fica evidente que a cogitação dos seus - delas, filhas ilustres - nomes é uma consequência direta do histórico familiar, algo lastimável, pois os envolvidos fazem parte da mais alta Corte de Justiça do país.
É claro que não se pode condenar alguém à mediocridade profissional apenas por ter pais famosos e poderosos. Seria algo absolutamente injusto. Mas no caso em questão, olhando-se exclusivamente para o estofo profissional, fica difícil encontrar méritos incontestáveis que justifiquem a indicação das duas jovens para postos de tamanha relevância.
Fatos como esse prestam um enorme desserviço ao País e à democracia, pois despejam dúvidas justamente sobre um poder que vem protagonizando os melhores momentos da nossa história recente.
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