sábado, 13 de julho de 2013

À procura de um mártir

     Por sorte das instituições, ainda não houve morte de manifestantes causada diretamente pela reação policial. Os últimos embates, quinta-feira, especialmente aqui no Rio, deixaram bem claro, para mim, que há, sim, o intuito claro e óbvio de um grupo de baderneiros de provocar as forças de segurança até o limite, levando em conta - e esse é outro fato - o despreparo dos agentes quando submetidos a provocações mais extremas.
     Embora condenem formalmente os distúrbios - até por que a turba andou tentando invadir palácios em Brasília -, é evidente que a há um enorme grupo na expectativa de ter a chance de investir contra determinados governantes, entre os quais o 'tucano' paulista Geraldo Alckmin e o peemedebista do Rio de Janeiro, esse lastimável Sérgio Cabral, da base aliada (esse saco de gatos ideológico formado pelo ex-presidente Lula), mas um empecilho aos planos petistas, por exemplo, de dominar o estado mais retumbante do país.
     Deve ser difícil conter o impulso policial de reagir a cusparadas, pedradas, morteiros e 'coquetéis molotov'. Mas é necessário que as forças de segurança sejam menos estúpidas e, ao mesmo tempo, tenham o mínimo de sensibilidade e disciplina para não atirar bombas em hospitais e restaurantes, mesmo que eles estejam sendo usados - como têm sido, em muitos casos - como escudos por desordeiros.
     A tática de usar inocentes é antiga. É o que fazem, por exemplo, os grupos terroristas, quando se escondem em escolas, hospitais, residências familiares e creches. Essa gente absolutamente desprezível tenta tirar proveito da ética do 'inimigo', expondo seus próprios concidadãos: escapam ilesos ou usam as vítimas como troféus. Guardadas as proporções, é o que fazem nossos desordeiros.
     O acaso, entretanto, pode não perdurar muito tempo. E aí, correremos o risco de oferecer um mártir à sanha dos eternos candidatos a ditadores de plantão. 

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