segunda-feira, 1 de julho de 2013

As injustiças do Mensalão

     Lendo atentamente a matéria da Folha sobre a pesquisa do Datafolha que apontou a vontade majoritária do povo brasileiro de ver os quadrilheiros do Mensalão na cadeia (74 por cento!!!), confesso que vislumbrei algumas injustiças, sim. Nenhuma novidade. As sentenças foram exaustivamente anunciadas, eu sei.
     Mas não deixa de ser frustrante constatar, de novo, com a clareza dos recursos de um bom infográfico, que o ex-ministro José Dirceu, chefe (há dúvidas quanto ao seu verdadeiro posto) da quadrilha que assaltou os cofres públicos, foi condenado a uma pena quatro vezes menor do que o publicitário Marcos Valério, seu inferior hierárquico no esquema de trapaças.
     Assim mesmo, dos dez anos e dez meses de pena, Dirceu obrigatoriamente só passará um ano, nove meses e dez dias atrás das grades. É muito pouco. A dimensão do crime cometido contra as instituições democráticas exigiria um isolamento muito maior e contundente, à semelhança da punição imposta à companheirada dos esquemas publicitário e bancário, meros coadjuvantes, na minha interpretação.
     E mais. O mesmo infográfico destaca que onze condenados, entre eles o então presidente do PT, José Genoíno, sequer passarão um dia inteiro na cadeia, de fato, pois estariam beneficiados pelo regime semiaberto (apenas a noite no xilindró). E esse turma ainda reclama, pondera, esperneia, esbraveja, ameaça. Deveria estar agradecida à benevolência dos ministros do Supremo Tribunal Federal, em geral.

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