sábado, 13 de julho de 2013

Dignidade paraguaia

     Um sopro de dignidade nessas bandas sul-americanas. O presidente eleito do Paraguai, Horacio Cartes, recusou ser readmitido no Mercosul, essa entidade desmoralizada que passou a ser presidida pelo filhote de Hugo Chávez (como ele mesmo se anuncia), esse lamentável Nicolás Maduro, aquele mesmo que disse ter visto a alma do insepulto ex-presidente venezuelano pairando na forma de um pássaro e fez comentários homofóbicos em relação ao seu então oponente nas eleições que acabou vencendo.
     Para começar, a Venezuela não tem, sequer, o direito de participar integralmente dessa entidade, pois foi admitida sem que um de seus membros fundadores, exatamente o Paraguai, opinasse, pois estava suspenso por alegada quebra institucional, quando do impeachment do ex-padre Fernando Lugo.
     Não podemos esquecer que o pontapé nos fundilhos do priápico ex-presidente obedeceu estritamente aos trâmites constitucionais: teve os votos da maioria quase absolutíssima do Senado (apenas dois ou três votos contra) e a confirmação da Justiça, sem levar em conta que foi aprovada entusiasticamente pela população.
     A turma companheira, liderada pelo Brasil, é lógico, deu um golpe na instituição para favorecer a Venezuela, que não cumpriu as normas exigidas para merecer a aprovação. Destaque-se que o único país a resistir ao atropelo da parelha Brasil-Venezuela era o Paraguai.
     Em comunicado oficial publicado por todos os jornais e revistas, entre eles O Globo, o futuro presidente paraguaio (a posse está marcada para 15 de agosto) ressaltou, com todas as letras, que "as características jurídicas da entrada da Venezuela ... não respeitaram as normas legais".
     Convenhamos: é preciso ter coragem para enfrentar vizinhos tão mais poderosos, como Argentina e Brasil, que contaram desde sempre com o apoio relativamente envergonhado do Uruguai, nessa Tríplice Aliança dos tempos modernos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário