segunda-feira, 15 de julho de 2013

O miado brasileiro

     Esses nossos ministros, Antônio Patriota, das Relações Exteriores à frente, são tão valentes e decididos que nos enchem de orgulho. Ficamos sabendo que ele, em nome do Governo, já disse que não ficou satisfeito com as explicações que os Estados Unidos ofereceram sobre a tal 'espionagem' denunciada por O Globo e praticamente ignorada por todos os demais.
     Peito inflado e expressão dura - observado com deferência pelo atual ministro da Defesa, Celso Amorim, aquele mesmo que protagonizou episódios vergonhosos quanto estava à frente do Itamaraty -, Patriota anunciou que está preparando um questionário para ser encaminhado ao governo americano. Só não disse o que pretende fazer com o papelucho, caso as respostas não atendam às suas exigências.
     A cada bazófia dessa turma, de imediato vem à lembrança a comédia O rato que ruge, estrelado por Peter Sellers e já citado por vários observadores mais críticos desse contínuo show performático encenado em Brasília há dez anos e meio. No filme, não custa lembrar, um país desimportante qualquer, afundado em uma enorme crise econômica (são coincidências), resolve declarar guerra aos Estados Unidos, pensando em perder e ser anexado. Ganhou e não sabia o que fazer com a vitória.
     No nosso - na verdade, deles, Patriota e companhia - caso, não há a menor chance de isso, a vitória brasileira, acontecer. Algum assessor do assessor para assuntos externos de Obama vai 'rabiscar' algumas explicações meramente formais e nós vamos aceitá-las e apresentá-las como uma evidência da soberania nacional, oba!
     Mas e a crise com a Argentina, que vem atormentando a indústria nacional com medidas protecionistas? E a Bolívia, que assaltou o patrimônio brasileiro? Aliás, a lastimável presidente argentina também andou metendo a mão em bens brasileiros, recentemente. Nesse caso, fica o dito pelo não dito, já que somos todos 'hermanos' e bolivarianos.
     Brigar com o império é muito mais lucrativo eleitoralmente. E ajuda a empurrar os nossos problemas para as calendas. Com  ajuda da CUT, do MST e da UNE, de preferência.

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