sábado, 22 de março de 2014

Um domínio bandido

     O Brasil dos últimos anos é o retrato mais fiel de um país dominado pelo banditismo. Os exemplos constantes de ladroagens no primeiro escalão - que se tornaram mais evidentes a partir do episódio do mensalão do Governo Lula - abriram as comportas para uma enxurrada de atos que só colaboram para reforçar a imagem que nos acompanha historicamente: a de que somos uma Nação de corruptos, imorais, desprovida de normas, devassa.
     Não é algo que nos surpreenda. Afinal, como explicar para o mundo decente que o político mais importante e decisivo do nosso país é o líder maior de uma quadrilha que vem assaltando os cofres públicos com desenvoltura e falta de escrúpulos; de um bando que se apropriou das instituições mais rentáveis e representativas da nacionalidade, como a Petrobras e o Banco do Brasil, por exemplo, para transformá-las em instrumentos de seu projeto de eternização no poder e fonte de riqueza escusa.
     A falta de dignidade dos governantes é sustentada por um discurso vazio, mentiroso, demagógico, populista, repleto de lugares-comuns. Com a desfaçatez de mestres da manipulação de dados e mentes, o grupo dominante agride a consciência nacional com a distorção de fatos, com mentiras, com medidas superficiais e claramente diversionistas, como agora, nesse deplorável caso da roubalheira envolvendo, mais uma vez, a Petrobras e petistas do primeiríssimo escalão.
     Na verdade, esse caso é antigo (a canalhice aconteceu em 2006). Há muito tempo vem sendo comentado e apontado como uma das maiores armações praticadas pela turma ligada ao Palácio do Alvorada. A repercussão deve-se ao fato de o jornal O Estado de São Paulo ter atualizado as denúncias e à proximidade das eleições. Em circunstâncias 'normais', o rombo praticado nas contas da Petrobras (mais de US$ 1 bilhão) ficaria no esquecimento.
     Assim como ficaram tantos outros. Basta lembrar que sete ministros tiveram que deixar seus cargos, no primeiro ano do atual governo, envolvidos em trapaças variadas. Não houve uma prisão sequer e o prejuízo foi soterrado. Até mesmo o raríssimo caso de punição a bandidos da cúpula governista, registrado no julgamento do Mensalão, vem sendo desmoralizado por influência direta dos protagonistas dessa lastimável fase da nossa vida.

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