terça-feira, 25 de março de 2014

A institucionalização da ladroagem

     A cada dia, mais aumenta o nojo que eu, particularmente, sinto dessa geração lastimável de políticos que nos governa, sem distinção de partidos, ressalvadas as exceções que confirmam a regra. A vagabundagem dos detentores do poder nacional - se é que podemos chamar assaltos aos cofres públicos de 'ideologia' - contaminou definitivamente todos os setores da vida pública. Não há mais decência, escrúpulos, dignidade.
     A sordidez desse momento brasileiro é tão grande que nossos 'analistas políticos'  fazem teorizações sobre as manobras do PT e dos seus aliados para evitar a apuração de delitos gravíssimos, como se estivessem analisando programas de governo. A canalhice de dirigentes partidários, ocupados, agora, em sufocar as denúncias que envolvem, em especial, a Petrobras, é analisada sob uma 'perspectiva política'.
     A possibilidade de as investigações sobre os desmandos dessa lamentável Era Lula na Petrobras apontarem mais do que desvios de conduta, mas de dinheiro para campanhas eleitorais e partidos da base do Governo justificaria - pasmem!!! - as manobras destinadas a inviabilizar a apuração dos fatos. Esse comportamento execrável é encarado como normal, como se fizesse parte do jogo político.
     Essa talvez seja a maior 'contribuição' que o PT e seus asseclas fazem ao País: a vulgarização da ladroagem, a 'politização' do simples assalto. Tudo em nome de um nebuloso projeto político, de uma causa que essa gente propõe ser justa, mas que rapidamente mostrou que não passa de mais um embuste, de um desvio de conduta gerado por falha de caráter.
     Todas as armas foram válidas para alcançar o poder. O caso - emblemático! - da arrecadação de propina de empresas de ônibus no interior paulista, no começo dos anos 2000, apontou para o vale-tudo que se seguiria. O Mensalão do Governo Lula foi a continuação natural do processo de apropriação de bens e da dignidade nacionais. A essa altura, a ocupação dos cargos públicos já estava estruturada.
     Com o Governo aparelhado e o Congresso comprado, todas as portas - e cofres - se abriram, atraindo uma nova legião de aproveitadores e ladrões. Não havia mais limites para a ganância por poder e dinheiro, não necessariamente nessa ordem. A utilização da Petrobras é, apenas, a parte mais visível desse esquema sórdido. Toda a estrutura nacional está corrompida.
     Até mesmo a Justiça, que se mostrara independente e acima de partidarismos, sucumbiu à ocupação de todas as frentes promovida pelo Governo. Aos poucos, assim como vem fazendo o governo Venezuelano, por exemplo, institucionaliza-se o descalabro, a submissão de todas as instâncias nacionais. E tudo 'dentro da lei'.
     Enquanto os escândalos explodem em todos os setores - em especial na área que esteve sob seu comando direto e pessoal -, a presidente Dilma Rousseff aparece sorridente, sentada em tratores que está distribuindo no interior, em uma evidente e clamorosa antecipação da campanha eleitoral. Sobre a roubalheira na nossa principal estatal, nenhuma declaração.
     Pobre Brasil.

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