terça-feira, 25 de março de 2014

Pânico em Brasília

     O Mensalão do Governo Lula, se comparado à potencialmente e infinitamente mais devastadora relação de escândalos na Petrobras, tem tudo para ser considerado 'fichinha'. Tudo vai depender do que os ex-diretores da Petrobras (um deles, preso; o outro, gozando 'férias' na Europa) vão contar à Polícia Federal e aos congressistas, nas comissões que pretendem investigar a bandalheira.
     No caso do Mensalão, o publicitário mineiro Marcos Valério ameaçou contar o que sabia, deu sinais que envolveria outros destaques petistas, mas refugou - pelo menos é o que seu silêncio indica. Ainda há uma possibilidade, sim, de ele finalmente expor as provas que insinuou guardar. É uma testemunha importante, pela participação direta no assalto aos cofres públicos destinado a comprar políticos e bancar despesas da turma petista e de seus asseclas. Mas desmoralizado.
     Já o ex-diretor da Petrobras que foi apontado pela presidente Dilma Rousseff como o responsável pelo escândalo da compra da refinaria de Pasadena, no Texas, Nestor Cerveró, era, até agora, pelo menos em tese, alguém de total confiança. Tanto que foi elogiado formalmente pela então presidente do Conselho de Administração da nossa petroleira, Dilma Rousseff, como nos conta o Estadão.
     Demitido e jogado às feras, Cerveró é, potencialmente, um risco para toda a turma que vem dilapidando o patrimônio da Petrobras. E se ele decide exibir os podres que - tomo a liberdade de inferir - imaginamos?
Calado até agora, o Governo decidiu 'reagir' e escalou o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para rebater a iniciativa de um grupo de parlamentares (nenhum do PSDB  do DEM, é bom destacar), que decidiu pedir à Procuradoria-Geral da República que investigue a participação da atual presidente na tramoia.
     Quando Cardozo se envolve em alguma coisa, é um bom sinal. Há uma enorme chance de ele estar defendendo indefensáveis, como fez em relação aos mensaleiros e assemelhados.

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