Em geral, são questões relevantes, sim (a responsabilidade pelos malfeitos; falta de controle; etc etc), mas passam longe da maior de todas: os danos irreversíveis provocados pelo aparelhamento de toda a estrutura da empresa, usada de maneira deplorável como instrumento político-partidário, com sua mais evidente consequência: a roubalheira que vem marcando os últimos onze anos das administrações petistas.
Só os mais ingênuos podem imaginar que as fortunas desviadas pela turma colocada no comando da Petrobras pelo PT e assemelhados escorriam (escorrem?), 'apenas', para bolsos particulares. Assim como os assaltos aos cofres públicos registrados no Mensalão do Governo Lula abasteceram partidos da tal base governista, é mais do que lícito supor que haja a canalização de recursos para as - digamos - agremiações e personagens afinadas com os poderosos de plantão.
É exatamente o que o publicitário mineiro Marcos Valério, operador do Mensalão, deixou a entender nas vezes em que anunciou a disposição de contar tudo o que sabe (infelizmente, recuou). Não é muito diferente das ameaças que já começam a surgir em relação à Petrobras e que, espero, se transformem em fatos.
A possibilidade de encerrar seus dias na cadeia pode 'estimular' dirigentes da estatal a negociar os termos de uma esperada delação premiada. Graças a esse instrumento até certo ponto discutível, é verdade, o mundo vem se livrando de quadrilheiros de todos os tipos e calibres.
Infelizmente, é com essa gente que estamos contando para expor as entranhas do esquema de poder. Bandidos dispostos a denunciar outros bandidos.
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