As cenas do corpo dessa mulher sendo arrastado por centenas de metros, pendurado na mala/caçamba de um carro da PM - no entanto -, são desclassificantes para a humanidade. Mesmo sob o argumento de que os policiais não teriam percebido que a porta traseira abriu. Aquele mulher não poderia estar ali, atirada como se fosse um pacote de lixo a ser descartado.
Não há justificativas, desculpas, explicações. Agentes do Estado, com fé pública, atropelam todas as barreiras da dignidade e provocam a morte de uma pessoa que deixa quatro filhos e quatro sobrinhos, dos quais também cuidava.
Um episódio que necessariamente obriga a instituição policial a se repensar. Não é mais possível admitir a convivência com personagens com o perfil dos policiais envolvidos em mais essa boçalidade, não por acaso envolvidos em atos pretéritos de violência. Cabe à Polícia Militar, formada, em sua maioria, por homens e mulheres decentes e bravos (eu mesmo conheço alguns, nos quais confio integralmente), começar a reescrever sua história.
Elementos como esses e outros também envolvidos recentemente em atos desastrosos são perniciosos para a própria instituição, em primeiro lugar. Já deveriam ter sido expurgados, como tumores malignos.
A cidade, o estado e o país, como um todo, precisam cada vez mais de agentes de segurança que sem bem-formados profissionalmente e moralmente. Uma polícia correta, impermeável a subornos e barbaridades, é fundamental para o futuro da Nação.
Talvez - e essa esperança é repetida recorrentemente - esse assassinato detone o gatilho de uma ampla e profunda reestruturação no aparato policial civil e militar.
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