quinta-feira, 13 de março de 2014

STF decreta sua própria falência


     De todos os quadrilheiros  (perdão, ex-quadrilheiros ...) condenados pelo Supremo Tribunal Federal pelo assalto aos cofres públicos e à dignidade nacional - no episódio que ficou conhecido como Mensalão do Governo Lula -, o que mais me provocava e ainda provoca náuseas é o ex-deputado petista João Paulo Cunha, que ocupava a presidência da Câmara na época do escândalo.
     Flagrado ao mandar a mulher receber propina de R$ 50 mil diretamente no caixa de um banco em Brasília, tentou escapar alegando, entre outras coisas ridículas, que a esposa estaria pagando uma conta de tevê por assinatura. É isso mesmo: esse personagem deplorável da política brasileira não teve, ao menos, a 'coragem' de ir ele mesmo receber o dinheiro sujo.
     Comprovada a pilantragem, o STF o enquadrou, também, no crime de lavagem de dinheiro. Afinal, ao usar a mulher como sua 'mula', ele estava, justamente, tentando encobrir a origem dos recursos espúrios. Hoje, em mais uma demonstração lastimável de conivência com a cúpula petista, os novos ministros do STF, Teori Zavacski e Luiz Barroso, acolheram o recurso de João Paulo e o absolveram, reduzindo sua pena, prevista inicialmente para ser cumprida em regime fechado.
     Mais do que isentar os 'ex-bandoleiros' do crime de formação de quadrilha - uma aberração que vai marcar indefinidamente o STF -, a absolvição de uma personagem pública que usou, comprovadamente!!!, a própria mulher para receber um punhado de reais é um escárnio, uma agressão à parcela decente da população, que é maioria.
     No caso dos demais ex-quadrilheiros (José Dirceu, José Genoíno e Delúbio Soares, em especial), havia a alegação (indireta, é claro) de que tudo era feito em nome de uma causa, como se isso os redimisse. No episódio envolvendo João Paulo Cunha, entretanto, não há 'desculpas ideológicas'. Tratou-se, simplesmente, de receber propina, com o agravante do uso de mulher e das mentiras que vieram a seguir.
     Com mais essa decisão, os novos ministros do STF, ajudaram a assinar o que parece ser o atestado de falência moral do único dos três poderes que ainda merecia o respeito integral da Nação.

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