sexta-feira, 7 de março de 2014

Indignação seletiva


     A solidariedade 'ideológica' aos garis cariocas, em greve há uma semana, diminuiu na proporção exata da divulgação da ligação de um dos líderes do movimento com o PR, partido do ex-governador e atual deputado federal Anthony Garotinho. E, ao contrário do que aconteceu quando a TV Globo e O Globo expuseram a evidente ligação entre os tais 'black blocs' e o deputado estadual Marcelo Freixo, do PSOL, não registrei qualquer reação ou ato de repúdio às empresas da família Marinho.
     É o que poderíamos classificar de seletividade da indignação levada ao extremo do partidarismo. Quero destacar o seguinte: quando as notícias são 'favoráveis', por atingirem um adversário, refletem a pujança da democracia. Mas quando explicitam o lado podre dos correligionários ... Haja refrão desenterrado.
     Se verdadeiro - não descarto a possibilidade, especialmente pelas personagens -, o envolvimento de Garotinho, virtual candidato ao governo do Estado do Rio, com a greve dos garis apenas reedita práticas que se tornaram recorrentes a partir do surgimento do Partido dos Trabalhadores no cenário político. É a aposta no quanto pior  (para os inimigos), melhor para nós (esse 'nós' é retórico, claro).
     Ao longo dos anos, havia, sempre, a digital dos grupos radicais da tal 'esquerda' (conceito idiota que continua sendo usado como sinônimo de atitudes avançadas, modernas), especialmente petista, em todas as manifestações violentas. Foi assim, por exemplo, ao longo do processo de privatização, quando marginais apedrejavam ônibus e agrediam empresários.
      Essa constatação continua valendo, ainda hoje, mas apenas e tão-somente nos estados governados pela oposição ao poder central. O 'black blocs' que atira pedras na sede do governo de São Paulo é um lutador. Já aquele que ameaça a realização da Copa ... Contra esse, é legítimo usar toda a força possível.

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