quinta-feira, 23 de maio de 2013

O STF e o novo ministro

     Precisamos acreditar que o virtual novo ministro do Supremo tribunal Federal, Luís Fernando Barroso, se manterá fiel às interpretações que manifestou quando da condenação dos quadrilheiros que participaram do Mensalão do Governo Lula. Mas confesso que tenho um certo receio. Qualquer indicação feita pela presidente Dilma Rousseff e/ou por alguém do seu grupo me remete a conchavos, negociatas.
     Infelizmente, é o que temos visto, nos últimos dois anos e alguns meses. O inchaço nos ministérios é uma evidência irrefutável. O retorno triunfal dos despejados do Poder, no auge dos escândalos envolvendo ministros, secretários-gerais e outro menos votados, é outra indicação de que há sempre motivos para desconfiar dos atos sacramentados em Brasília.
     É verdade que alguns ministros do STF indicados nessa Era Lula deram exemplos inesquecíveis de isenção e independênia. É o que espera de personagens que alcançam o maior patamar da Justiça. Mas não podemos esquecer, jamais, da atuação melancólica dos ministros Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli. Os dois, em especial, protagonizaram momentos que envergonharam a Nação.
     O novo ministro, pelo que pôde saber dele, através da reedição de entrevistas e comentários, tem um perfil liberal, marcado pela busca da dignidade nas relações sociais e institucionais. Não é um juiz - e isso me parece um ponto questionável -, mas é muito respeitado como professor e intelectual. Suas posições favoráveis em temas extremamente relevantes, como o aborto de anencéfalos, união entre pessoas do mesmo sexo e pesquisas com células-tronco, coincidem com as minhas.
     Torço muito que ele, se instado a participar dessa fase final do julgamento da quadrilha que assaltou os cofres públicos, preserve a dignidade do País.

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