quinta-feira, 23 de maio de 2013

O desatino venezuelano

     Mais uma evidência da marcha acelerada da Venezuela na direção do atraso, da estupidez, da violência, da intimidação: Veja nos conta que esse inacreditável presidente Nicolás Maduro, que consegue ser ainda pior - é inacreditável!!! - do que seu inspirador, o insepulto Hugo Chávez, está estimulando a expansão do que essa gente chama de 'milícias nacionais', através de grupos armados - é isso mesmo, armados!!! - de operários 'bolivarianos'.      Já imaginaram? Bandos de boçais organizados e estimulados a combater o que eles chamam de inimigos do governo - no mínimo, metade da população. É o apelo mais descarado à luta fratricida, ao desrespeito do direito ao contraditório; às liberdades individuais. Transpondo essa ignomínia para o Rio de Janeiro, por exemplo, seria o mesmo que o governador Sérgio Cabral, formalmente, reconhecesse o poder e os direitos das milícias que dominam favelas e bairros mais desprotegidos.
     No caso venezuelano, essa hipótese - impensável em países com um mínimo de dignidade - é uma das heranças da demagogia e do populismo desenfreados do chavismo, que começam a cobrar o preço pelos últimos anos de engodo.
     Com a economia destroçada e sem o 'carisma' de seu antecessor e mentor, Maduro começa reincidir em palavras e atos inconsequentes, estimulado pela inércia (cooptação?) das Forças Armadas e pelo apoio irresponsável de seus parceiros sul-americanos, o Brasil em especial.
     É evidente que não estou lamentando o fato de as Forças Armadas não se disporem a atropelar a democracia, como era comum dos anos 1960 a 1990, principalmente, por essas nossas bandas. Registro, apenas, uma evidência: encastelada no poder, a liderança militar venezuelana defende seus privilégios, assim como faz a turma fardada da Coreia do Norte e de diversas republiquetas africanas, para ficarmos apenas em exemplos mais retumbantes.
     Já a desfaçatez brasileira fica mais evidente a cada dia. Incoerente e engajada, nossa política externa mostra garras leoninas contra paraguaios e israelenses, por exemplo. Mas não se envergonha de beijar a mão de ditaduras assassinas, como a iraniana, e de passar a mão sobre desatinados cubanos e venezuelanos.
      O Brasil - não tenhamos dúvidas - também será responsável pelo aprofundamento dos ataques à liberdade que se anunciam na Venezuela.

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